21.10.11

Luz ao fundo do túnel: Off!

Se há coisa para o qual sempre me tive a borrifar foi para a política, a economia, em suma o estado do país (com 23 anos penso que é minimamente normal.). Nunca tive tudo de mão beijada, nem pouco mais ou menos, sempre tive que saber gerir muito bem a minha mesada e também nunca senti que fosse pouco, pois sei que o meu pai também fazia um grande esforço para me a dar. Não, não me queixo, nem me posso queixar, tenho o meu armário atulhado de roupa, sapatos e malas, tenho montes de relógios e bijutaria, não são coisas de marcas brutais e caras, mas são as minhas coisas e as coisas que eu gosto. Sempre sai com os meus amigos para onde queria, sempre passei férias quando quis.

Quis tirar um curso superior e houve dinheiro para o tirar, quando tive que fazer o Mestrado apesar de ficar longe de casa o dinheiro também apareceu para conseguir alcançar mais uma etapa. Se foi fácil? Não, principalmente para o meu pai. Quando quis tirar a carta de condução consegui arranjar um emprego de férias (que para mim aquilo era brutal!) e juntei dinheiro para a carta. Quando quis ter carro trabalhei mais um Verão e consegui juntar dinheiro para o ter, começou a dar imensas despesas e apercebi-me que ter um carro era mais complicado do que eu pensava, quis vendê-lo e consegui, portanto o saldo foi positivo. Até aqui sempre ouvi o meu pai queixar-se e falar mal do país, do governo, que “isto vai de mal a pior…” que “quando chegar a tua altura tu vais ver…” sempre o ignorei e sempre achei que ele vive numa infelicidade e num descrédito profundo o que não é positivo.

Eu sou conhecida por estar sempre a sorrir, estar sempre bem-disposta, encontro sempre algo que me faz ficar feliz e penso sempre que tenho todas as razões para o ser. É claro que continuo a achar…
Agora com o curso praticamente terminado, ando numa busca por um emprego, envio currículos, entrego outros tantos em mão, não posso dizer que já me esforcei mundos e fundos porque não, mas também posso dizer que houve muita gente que o conseguiu sem sequer mexer um dedo (chama-se sorte, eu sei!!!). Olho à minha volta e vejo: pessoas a sair do país, pessoas a ficarem desempregadas, salários a baixar, o dinheiro a ser esticado para pagar as contas, pessoas mal-humoradas, pessoas tristes, pessoas que não acreditam que isto algum dia melhore… E penso: O que é que estes políticos de MERDA andaram a fazer estes anos todos? Para mim são TODOS iguais. Dá-me uma raiva tão grande, eu não entendo se os outros conseguem por é que nós não? Isto é mesmo do nosso povo, não há responsabilidades, a culpa é sempre do outro e no fim de contas não é de ninguém, ninguém é culpabilizado e quem se lixa sempre é o mexilhão.

Enfim… é uma tristeza deixar de ser criança! Desejei tanto esta altura da minha vida em que ia arranjar o meu emprego, começar a juntar uns trocos para ter a minha independência e nada… Eu sei que esse dia vai chegar e sei que vou ter um óptimo futuro pela frente (só assim faz sentido!), mas por favor, acendam o raio da luz ao fundo do túnel.

P.S -  Bom fim-de-semana e desculpem lá a dimensão do post *

3 comentários:

  1. Sabes, eu hoje comi um borrego feito por mim, bebemos duas garrafas de vinho do Alentejo e até me esqueci da sobremesa. Os profiteroles ficaram para amanhã. Mas ao jantar falámos de quando a minha mãe se levantava às seis da manhã para me cozer batatas para o almoço. Batatas que eu levava numa lancheira embrulhada em jornais, para se manter quente até às 13 horas (como se isso fosse possível), quando as comia acompanhadas com uma lata de sardinhas de conserva (das pequeninas). À noite a minha mãe esperava pelas minhas gorjetas (por isso dou sempre gorjeta nos restaurantes) para comprar esparguete e um ovo, que era o meu jantar.
    A vida, esta merda de vida que tive na infância/adolescência, era perfeitamente dispensável, desde que a minha mãe viúva soubesse dar-me educação. O problema é que a sensação de fartura parece alterar nas pessoas o sentido de responsabilidade e os pais "novos ricos" acham que é dando tudo o que não tiveram, que fazem os filhos felizes.
    Os filhos precisam é de amor e isso nem todos os pais estão disponíveis para dar.
    Hoje não me apetece falar de políticos.
    Bom fim de semana.

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  2. tinhoso |ô|
    (tinha + -oso)
    adj.
    1. Que tem tinha.
    2. [Figurado] Nojento, repelente.
    s. m.
    3. Aquele que tem tinha.
    4. [Popular] O Diabo.
    adj. s. m.
    No caso
    5. Que ou quem tem má índole.

    Tinha - Doença da família da sarna.

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  3. Está escrito: És uma rapariga à beira de um ataque de felicidade. O modo optimista como encaras a vida parece contribuir fortemente para que sejas feliz.
    Aproveita enquanto é tempo, porque a vida de adulto é um pouco mais complicada. Mas também depende muito do modo como a encaramos. Há gente com tudo para ser feliz, que passa a vida a lamentar-se e a "chorar" pelos cantos.
    Actualmente o meu lema é: "um dia de cada vez".

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